O novo intermediário da linha Zenfone chega com a missão de corrigir as principais reclamações do consumidor nacional. Será que foram bem sucedidos?

A Asus anunciou no final do mês passado, sua nova linha de aparelhos oficialmente no Brasil e dentre eles, temos o aguardado (e questionado) Zenfone 3. Suas especificações intermediárias causam curiosidade e até preconceito de alguns usuários, ávidos por especificações de high-end mas será que isso interferirá no uso?

Levando em consideração os questionamentos vistos e as principais reclamações sobre o seu irmão mais velho (o Zenfone 2), trouxemos um review completo para responder os principais questionamentos que podem ocorrer.

Dentro da caixa

Apesar de ser algo obvio, nunca é demais citar o que vem dentro da caixa, devido à quantidade de variações dos acessórios apresentados por cada marca. Nesse sentido, o Zenfone 3 não foge do padrão da Asus, trazendo além do aparelho (Duh!), um carregador de viagem, cabo USB TypeC, um ZenEar e a clássica papelada (incluindo adesivos de identificação do aparelho).

A marca porém, optou por variar na cor dos acessórios. Enquanto a família Zenfone 2 trazia tudo na cor preta, a nova geração trás tudo na cor branca, ou seja, prepare-se pra ter acessórios sujos, em caso de desleixo.

Vale observar que o kit descrito foi o da versão de 5.5″. Isso deve ser citado pois existem diferenças pontuais que podem causar estranheza como o carregador em peça unica com MicroSD, que deve ser utilizado em conjunto com o adaptador TypeC.

Esse adaptador causou certa polêmica entre os compradores da versão de 5.2″ mas pode ser um facilitador, permitindo utilizar o carregador dos coleguinhas em caso de necessidade, sem precisar passear com o cabo USB completo (convenhamos, carregador com MicroUSB se acha até em açougue. Com TypeC, não).

Design

Ponto alto na nova geração, as linhas do Zenfone 3 são harmoniosas e em nada lembram o velho guerreiro Zenfone 2. saiu o plástico e entrou a combinação entre vidro (frontal e traseira), protegido pelo Corning Gorilla Glass 2.5D, que joga as partes sensíveis do vidro para a parte de baixo, dando a ele mais resistência (mas que não significa um aparelho isento de quebras e arranhões, o que faz ser altamente indicado o uso de capas e películas) e metal anodizado nas laterais, tornando ele elegante, leve e belo de se ver.

Em sua parte frontal, não vemos mais a logo da marca, que pulou para a traseira, tornando visualmente mais clean. Os botões frontais capacitivos foram mantidos e não possuem retroilumimação (o que divide opiniões mas não chega a ser algo grave), a caixa de som para ligações e a câmera frontal, de 8MP, além de um led de notificações que só é visualmente localizado graças às notificações, quando chegam. Sensor de proximidade também ali estão mas achar é digno de missão impossível.

No lado direito, encontramos os botões de volume e power, que voltaram aos seus antigos lugares (graças a Odin), ficando do lado direito do aparelho e trazendo a identidade de círculos concêntricos, marca registrada da marca.

No lado esquerdo, encontramos apenas a gaveta híbrida, ou seja, pode ser usado como dual-chip ou single-chip com MicroSD no lugar do segundo SIM Card.

Embaixo localizamos a porta TypeC, caixa de som e microfone. Já no topo do aparelho, é possível encontrar a entrada para fone de ouvido 3.5mm (obrigado, Asus) e um microfone para cancelamento de ruídos. Tanto no topo quanto na base, ainda é possivel visualizar as antenas aparentes (lembrando que o aparelho que não conta com isso é o Zenfone 3 Deluxe).

Com relação à traseira do aparelho, vemos (da esquerda para a direita) o laser para foco, a câmera traseira e o flash. Abaixo, localizado próximo à câmera, encontramos o leitor de digitais e na parte inferior, a logo e a identificação de homologação/modelo.

Em medidas, ele possui 152.59×77.38×7.69mm, com aproveitamento de 77.3% na proporção corpo/tela e agradáveis 155g.

Hardware

O Zenfone 3 é embalado pelo processador Qualcomm Snapdragon 625, com tecnologia de 14nm, GPU Adreno 506, 4GB de RAM e armazenamento de 64GB, podendo ser ampliado em até 2TB (lembrando que para tanto, o aparelho passa a ser single SIM.

A tela é uma SuperIPS+ FHD (1920×1080) e conjunto de câmeras de 8/16MP (frontal e traseira, respectivamente) e a  bateria é de 3.000mAh selada no aparelho, ou seja, não removível.

Sistema

O Zenfone 3 vem com o Android Marshmallow (6.0) embarcado e com garantia para update para a próxima versão, ou seja, o Android Nougat (7.0).

Segundo Marcel Campos, o fato de o aparelho ser embalado pelo processador da Qualcomm poderá facilitar e até agilizar essa vinda, lembrando o caso do Zenfone 2 que extrapolou os prazos devido à saída da Intel do mercado mobile.

ZenUI 3.0

A interface proprietária da Asus também chegou em nova versão para a família atual. A ZenUI 3.0 trás mais leveza e agilidade ao aparelho, mostrando que é sim, possível fugir do Android puro sem perder desempenho ou usabilidade (pra falar a verdade, podemos dizer que há um ganho nesse sentido, tendo em vista a habilitação de tweaks que não seriam possíveis em um sistema semi-puro.

Os atalhos com a tela desligada seguem vivos (C para câmera, S para Selfie e assim vai), o que é um grande diferencial de implementação, agilizando tarefas. Vale lembrar que essas configurações são alteraveis e necessitam de ativação dentro das configurações.

Desempenho e Benchmarks

O fato de ver um processador intermediário gerou o questionamento inicial entre os usuários: Não seria um downgrade em comparação ao irmão mais velho, ficando então refem do Snapdragon 820/821?

A resposta é não. O conjunto é muito bem acertado e funciona perfeitamente, proporcionando uma experiência excelente, sem apresentar engasgos ou travamentos seja em uso mediano ou avançado, graças à jogos mais pesados, conforme pode ser visto no vídeo abaixo.

Para os amantes de benchmarks, ele marcou 62.637 no Antutu, 928/5058 no Geekbench 3 (single e multi-core, respectivamente), 39.752 no Quadrant e 1.604/2433 no Vellamo (single e multi-core).

Câmeras

O conjunto do Zenfone 3 pode enganar os mais desatentos. Ao comparar grosseiramente os specs do Zenfone 2 e Zenfone 3, a sensação é que a diferença é pequena. Porém, o salto em si é gigantesco, abandonando os sensores da Toshiba e passando a incorporar os da Sony, além de evoluções consideráveis em software.

Com isso, a câmera é bizarramente superior em seus resultados, tanto em ambientes ideais como em baixa luminosidade.

Outro ponto interessante é a presença de estabilização ótica em 4 eixos e mais 3 eixos eletrônicos, o que torna a captura de imagens e gravações uma missão bem mais suave.

Falando em gravações, um grande diferencial nesse aparelho é a capacidade de gravação em 4K, algo raro ainda no mercado e limitado a aparelhos high-end.

Todas as fotos capturadas com o Zenfone 3 podem ser vistas no álbum de fotos no nosso Flickr, clicando aqui.

Som e Tela

O Zenfone 3 trás incorporado o SonicMaster 3.0, tecnologia proprietária que entrega boa experiência para o consumo de áudio (o novo conjunto de áudio com construção em 5 speakers magnéticos possui selo Hi-Res audio). O pecado nesse ponto fica por conta da unica caixa, localizada na parte inferior do aparelho. Com isso, você pode ter dois resultados: criar com a mão uma concha acústica e acabar por rebater para você o som ou acabar por cobrir ela, causando abafamento. Com o tempo, no entanto, o costume faz com que isso seja completamente ignorável.

Já a tela é uma Super IPS+ FullHD (1920×1080) de 5.5″ com 401 ppis de resolução e brilho de até 600 nits para melhor visualização de imagens, inclusive em áreas externas. Só pra fins de comparação, o iPhone 6/6Plus possui uma tela com 550 nits de brilho total e o S7, 540 nits.

Bateria

Eis um ponto delicado em qualquer review quando se trata de Asus. A má fama adquirida nas gerações anteriores criaram o estigma de que a marca não sabia lidar com a gestão de energia do aparelho e com isso, uma powerbank ou um carregador eram amigos inseparáveis dos aparelhos.

Aqui, a evolução também foi muito bem vinda. A combinação entre um processador de 14nm (que por si só gera uma economia de até 35% no consumo) aliado com o Android 6.0, que é menos tendencioso à um Opala 4.1S e mais próximo de um Gol 1.8 fizeram bem ao novo “mid-range” da marca, conseguindo a expressiva marca de 6:06h de tela com brilho em 100% e ligado diretamente no 4G com dois chips rodando simultaneamente, sem a utilização dos modos de economia (nesse caso, utilizamos o modo normal).

Trocando em miúdos… O Zenfone 3 dificilmente deixará você na mão quando falamos de um dia normal. Obviamente, na conta entram inúmeras variantes como o tipo de uso, qualidade da rede de telefonia e afins mas que a evolução é linda, isso é.

Biometria e funcionalidades

Para que serve a biometria de um smartphone? Se você respondeu que é para desbloquear o aparelho e usar como senha pra stores, acertou. No entanto, o legal no aparelho da Asus é justamente o plus inserido no vínculo com a biometria. É possível habilitar o atendimento de chamadas, inicio rápido da câmera e a captura de fotos.

Ou seja, a biometria é um pouco mais inteligente e útil do que a vista na maioria dos aparelhos disponíveis no mercado nacional.

Falando da eficiência dela, propriamente dita, a leitura é rápida e instantânea, conseguindo ser até mais rápido que aparelhos mais caros e provando que a disponibilização desta função é um caminho sem volta.

Em tempo: Vale lembrar que a biometria, que se encontra na traseira do aparelho, não é um botão, como visto nos aparelhos da Samsung e Apple.

 Telefonia

Seguindo o padrão já consolidado no mercado, o Zenfone 3 trás suporte a 4G em ambos os chips (obviamente, no de dados, ficando o outro em tecnologia abaixo, apenas para telefonia, visando economia de bateria). O fato de trazer dual 4G não é novidade na Asus porém, é válido citar pois quem tem (ou teve) o Zenfone 2, passou um dobrado com o suporte apenas no chip 1, sendo o segundo apenas 2G. O crédito, mesmo sem confirmação oficial da marca, por esse porém na geração anterior era do processador Intel (vide o fato de o Zenfone Selfie trazer dual LTE sendo Qualcomm).

Além disso, o aparelho também possui compatibilidade com serviços de VoWIFI, ou seja, utilizar seu celular pra fazer ligações na rede de WiFi, sem depender do sinal da operadora propriamente dito, como é visto nos iPhones e em aplicativos proprietários como o Vivo TU Go.

Veredicto

Inegavelmente, a opção por criar o projeto do Zenfone 3 do zero se mostrou uma grata surpresa, trazendo melhorias imensas e mostrando que a marca tem uma curva de aprendizado brutal em comparação aos seus concorrentes, observando os feedbacks do consumidor e ajustando.

Com isso, a Asus se coloca no mercado com uma opção financeiramente viável, sendo mais barato que seus concorrentes diretos e entregando mais no conjunto da obra.

Preço e disponibilidade

O Zenfone 3 foi lançado em 25/10, por R$ 1799 à vista (ou R$ 1899 parcelado). Além da versão por nós testada, existe também uma mais simples, com 5.2″, 3GB de RAM, 32GB de armazenamento e 2.600mAh com valor anunciado de R$1499 à vista ou R$1599 parcelado.

Obviamente, esses são os preços oficiais, podendo ser achado em promoções nas lojas parceiras.

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Última atualização: 19/11/2016