Nos últimos anos, temos visto o gradativo crescimento do segmento de fintechs, instituições focadas em serviços bancários online que ganham espaço pela combinação entre serviços desejados por clientes e a ausência de taxas, algo que gera atenção especial quando comparado com instituições tradicionais.
Dentre os principais players nesse segmento bancário, temos o C6 Bank, instituição que vem investindo pesado em marketing, incluindo quadros semanais sobre investimento veiculado na Globo News capitaneado pelo professor Liao Yu Chieh e também, a contratação de Gisele Bündchen para comemorar a chegada ao marco de 10 milhões de clientes.
No entanto, a vida com o C6 Bank pode não ser tão agradável e interessante quanto parece ser e este que escreve teve experiências que valem o registro para observar que existe um grande buraco entre o que se vende no marketing bonito e descolado dessa instituição e o que realmente é entregue para clientes.
C6 Tag e a cobrança fantasma
Minha primeira experiência traumática com a instituição foi o serviço chamado de C6 Tag, adesivo inteligente que normalmente é colado no parabrisas de carros para pagamento de pedágios e estacionamentos parceiros, economizando tempo e facilitando a vida de motoristas.
No meu caso, cheguei a solicitar uma unidade (que foi efetivamente entregue) e que seria instalado em um Fusca que estava planejada a reforma (ele ficou muito tempo parado então, estava impossibilitado de rodar sem essa reforma).
Curiosamente, esse tag que foi fornecido e ficou o tempo todo em minha gaveta gerou a cobrança em um pedágio em outro estado e, se eu não estivesse atento, teria descolado um prejuízo na minha conta.
Depois de algumas semanas de vai-e-vem discutindo com o suporte, o C6 Bank finalmente estornou o valor cobrado mas ainda assim, ficaram resíduos de juros e multa sobre o período que a conta ficou “virada”.
Dessa forma, acabei inicialmente desistindo de utilizar o banco, tendo em vista a minha primeira experiência que foi desgastante e cansativa.
Quero usar o meu dinheiro
Alguns meses depois, resolvi voltar a usar o C6 Bank para centralizar minhas recargas no TIM Beta, visando obviamente garantir os benefícios da integração entre o banco e a operadora e novamente, ganhei uma nova dor de cabeça.
No dia 08 de junho, realizei um TED de pouco mais de R$ 65 para liquidar os resíduos citados acima e realizar uma primeira recarga no chip em questão, e aí, vem a minha segunda dor de cabeça.
Desde então, o valor em questão ficou congelado na conta, impossibilitado de utilização para qualquer movimentação, ou seja, não consigo realizar pagamentos, recargas, transferências e até, tentar pagar algo com o cartão no débito (sim, eu tentei).
Obviamente, você deve ter falado: oras, só chamar o suporte do C6 Bank que eles resolvem, certo? Errado!
No mesmo dia, entrei em contato com o suporte do banco pelo bate-papo in app e foi aberto um chamado que até hoje, mais de 2 meses depois, não foi solucionado ou resolvido.
Além da reclamação diretamente no bate-papo, fiz também a reclamação no ReclameAqui no dia 21/06/2021 e, até o presente momento, segue sem respostas e apenas com comentários do tipo “estamos verificando”, sem qualquer posição conclusiva que liquide esse problema.
A caminhada não é solitária
Depois que percebi esse problema, comecei a pesquisar sobre o problema em questão e vi que não sou um caso isolado mas sim, quase que um modus operandi da instituição, como pode ser conferido nos prints abaixo e que podem ser conferidos nos casos (1, 2, 3, 4, 5).
Apesar de não ter passado por problemas adicionais na instituição (até porque não deu tempo), é possível observar também no ReclameAqui uma série de reclamações pelos mais variados temas, o que inclui até empresários reclamando da dificuldade de processar recebíveis em máquinas de cartão de crédito, não reconhecimento de Pix enviados para conta e mais.
Obviamente, sabemos que problemas podem acontecer em todas as instituições e empresas mas impedir que um cliente movimente o seu dinheiro sem uma explicação razoável e uma previsão de solução é algo que deve-se vocalizar e alertar para evitar problemas a mais pessoas.
Dessa forma, se você curtiu essa proposta bonita e romântica de banco descolado com cartões coloridos do C6 Bank, fuja! Existe um risco real de, em um momento que você realmente precise dele, ganhe uma belíssima dor de cabeça.
Opte por instituições que, ao menos na teoria, têm um pouco mais de lastro como o Inter, Nubank ou Next (que é do Bradesco) que, pelo menos, você possivelmente correrá menos risco de ter problemas.
E aí, você também teve problemas com o C6 Bank? Conta pra gente nos comentários!