Lançado oficialmente na última quinta-feira de agosto, o jogo Gundam Breaker 4 chegou ao PlayStation (PS4 e PS5), Nintendo Switch e PC com a promessa de agradar fãs da franquia e novos jogadores mas, será que conseguiu?
Para confirmar se realmente deu bom, tivemos acesso ao jogo desde então, mergulhei na jogatina para conhecer um pouco mais sobre o que encontramos nele, seus pontos positivos e negativos.
Sobre o Gundam Breaker
Iniciada há 11 anos pela Bandai Namco, a franquia Gundam Breaker foca em atender em especial jogadores que admiram e curtem o conceito de títulos que trazem mechas (robôs gigantes operados por humanos), trazendo para seus jogadores um conceito mais próximo do mundo real.
Mas, como assim, mais próximo do mundo real?
Bom, a animação de apresentação do título explica o torneio de Gundam Breaker como sendo em termos práticos uma disputa de realidade virtual onde a chave para o acesso é o Gundam construído fisicamente pelos usuários.
Com ele, é possível entrar em um mundo virtual onde as batalhas acontecem e, obviamente, não estão presentes os seus operadores. Pareceu familiar? Sim, é isso mesmo que você pensou, você está jogando um jogo dentro de um jogo. Bacana né?
Linha de tempo do Gundam Breaker
- 2013 e 2014 — Gundam Breaker e Gundam Breaker 2 (indisponível na América do Norte)
- 2016 — Gundam Breaker 3 (importados por fãs do Sudeste Asiático, com legendas em inglês)
- 2018 — New Gundam Breaker (primeiro a chegar na América do Norte)
- 2019 à 2023 — Z Gundam Breaker
- 2024 — Gundam Breaker 4
Dicionário de Gundam
Antes de falar do Gundam Breaker 4, achei bacana trazer aqui um pequeno dicionário sobre a franquia, resumindo os principais termos quando se fala de Gundam Breaker, pelas palavras da própria desenvolvedora:
- Mobile Suit: Todos os robôs bípedes que servem como armas de guerra dentro da franquia Gundam são Mobile Suits. Todo Gundam é um Mobile Suit, mas nem todo Mobile Suit é um Gundam, por exemplo, o Mobile Suit não-Gundam mais notável é o Zaku II de “Mobile Suit Gundam” de 1979.
- Gundam: Gundam em todas as séries é o auge da tecnologia Mobile Suit, a arma de guerra mais avançada. Cada um é único, poderoso e capaz de trazer grandes mudanças à humanidade quando manejado nas mãos certas. Os Gundams mais notáveis são Gundam de “Mobile Suit Gundam” de 1979 e Gundam Aerial de “Mobile Suit Gundam: The Witch from Mercury” de 2022
- Gunpla: Os kits de modelo GUNdam PLAstic são os brinquedos mais populares da franquia Gundam. Os diferentes tamanhos e níveis de detalhe dos modelos são designados por graus:
- SD (Super Deformed): não está em escala em comparação com um mobile suit real, mas apresenta uma estética “Chibi” fofa. Eles são os menores, mais acessíveis e mais fáceis de construir (e agora você também pode personalizá-los no GB4!).
- GE (Entry Grade): Estes têm o nível mais baixo de complexidade, destinados a ser uma excelente porta de entrada para o hobby. Os EGs modernos ainda parecem muito impressionantes – o Gundam breaker 4 Collector’s Edition Gunpla é um EG muito exclusivo.
- HG (High Grade): Este é o padrão para a maioria dos kits Gunpla. Mesma escala da EG com mais variedade e excelente relação qualidade/preço. Ainda é fácil para iniciantes.
- RG (Real Grade): Eles ainda têm a mesma escala, mas apresentam a complexidade e os detalhes encontrados mais comumente em kits maiores, o que significa que podem ser muito mais desafiadores de construir (mais detalhes, mas em um tamanho menor), mas compensam isso com detalhes impressionantes.
- MG (Master Grade): Esses kits são maiores em escala que o EG/HG/RG e possuem consideravelmente mais detalhes, como estruturas internas articuladas e painéis que se ajustam aos movimentos das articulações.
- PG (Perfect Grade): Esses kits muito grandes são enormes em comparação com o HG Gunpla padrão e repletos de detalhes. Eles são os melhores dos melhores quando se trata de tudo Gunpla. Esses kits podem demorar muito para serem montados, mas o resultado vale o esforço!
Começando o jogo
Ao contrário de boa parte da comunidade que adere ao Gundam Breaker 4, eu sou um novato na franquia e pra mim, tudo vem sendo uma descoberta e conhecimento, o que tem sido bem divertido.
Após uma rápida configuração inicial (que inclui definir um nome para o seu personagem), o jogador passa por um curto tutorial de ações básicas em batalha e é convidado a explorar a base, que pode ser considerada uma grande área de menu imersiva.
Nessa base, o jogador interage com personagens que farão parte de sua caminhada no modo história, acessa as formas de jogo e também, a sua base para personalização do seu Gundam.
Quebrar, construa, batalhe!
Um ponto interessante de se citar aqui é o conceito de “break, build, battle!” ou, em tradução livre, “quebre, construa, batalhe” presente no Gundam Breaker 4.
Como a própria frase entrega, a ideia por trás é de que você deve quebrar adversários para coletar peças para construir e melhorar seu Gumpla, customizando com milhares de opções disponíveis e batalhe para ganhar novas habilidades (e de novo, mais peças).
Essa dinâmica é interessante de se ver pois coloca em foco o fato de que o personagem pode ser eternamente melhorado (o que em certo modo, lembra o conceito de evolução gradativa vista nos RPGs) e torna o jogo mais próximo do gosto do jogador.
No fim, essa tríade acaba por tornar o jogo dinâmico, mutável e desafiador o suficiente para prender o jogador e alimentar o ímpeto em melhorar seus Gumplas.
Personalização é destaque
Como dito acima, um dos conceitos do jogo é o “quebre, construa, batalhe!”, que joga o usuário em uma missão de eterna melhoria de seu Gumpla mas, para além disso, traz a vasta capacidade de personalização para um dos focos do jogo.
Na área “Minha Sala”, é possível personalizar com uma quantidade insana de componentes (que são coletados ou comprados) como também, de personalizar a pintura de forma extrema ou usando perfis pré-definidos.
Para coroar a personalização presente, o jogo oferece também na “minha sala” os modos como o fotografia e diorama que permitem realizar capturas do seu Gundam para divulgar na plataforma ou compartilhar nas suas redes sociais.
Gráficos de brinquedo no Gundam Breaker 4?
Um ponto que chama a atenção em Gundam Breaker 4 é a entrega de gráficos que fogem do padrão dominante de ser o mais realista e exigente possível na jogatina.
Essa aposta “na contramão” (mas não tanto) tem seu valor e, ao menos pra mim, soou como uma escolha acertada e que dá mais diversão ao jogo por mostrar que não tem pretensão de ser uma emulação do mundo real mas sim uma recriação animada.
Não menos importante, tudo é agradável aos olhos e faz sentido durante toda a experiência de uso, seja durante o trânsito na base ou em batalhas, sem abrir mão dos conceitos classicos.
Modo história é divertido e permite jogar sozinho
Um dos modos mais presentes no Gundam Breaker 4 é o modo história, que permite a você explorar um pouco mais do lore do jogo e de quebra, aproveitar para jogar sozinho.
Em linhas gerais, o “modo história” é dividido em capítulos onde o primeiro entrega 5 batalhas para o jogador evoluir sua capacidade de confronto e também, obter novas peças para atualizar seu robô gigante.
Ao fim do primeiro capítulo, o jogo desbloqueia o próximo e também mais dois modos, chamados de “Tarefa” e “Caçador de recompensa”.
Como os próprios nomes entregam, o modo Tarefa você pode enfrentar batalhas com missões específicas e o modo caçador de recompensas, que permite enfrentar outros jogadores online.
Para jogar só ou com os amigos
Um destaque digno de nota quando falamos do Gundam Breaker 4 é o atendimento aos jogadores que gostam de fazer sua gameplay sozinha ou com os amigos, agradando assim gregos e troianos.
No entanto, existe um pequeno limitador para que a jogatina passe para o online com os amigos: a dependência de ter uma assinatura ativa do PlayStation Plus (PS Plus) ao menos na modalidade “Essencial”.
Com isso, jogadores que querem fazer partidas com amigos terão de desembolsar entre R$ 34,90 (mensal) e R$ 278,90 (anual) para ter acesso.
Vale a pena?
Sem sombra de dúvidas, o Gundam Breaker 4 é um jogo para se ter no catálogo e perder boas horas se divertindo no console.
A jogabilidade é fluida e agradável, a história é bacana e a quantidade de opções adicionais fora das partidas propriamente ditas são diferenciais que mostram que não faltam opções para se divertir enquanto se joga.
O único ponto negativo (que acaba sendo um padrão nos tempos atuais) fica por conta da necessidade de ter a assinatura do serviço online do console para partidas com amigos.