Apresentada recentemente no Brasil como a atualização de sua linha de Smart TVs de entrada, a TCL P715 aposta em trazer como diferenciais uma generosa tela 4K e Android TV embarcado. No entanto, é válido se questionar sobre a qualidade e benefícios (ou falhas) nela e sabendo disso, trazemos hoje nossa análise completa, para ajudar você a entender melhor o dispositivo e decidir se ela será a próxima habitante de sua sala.
Design
Começando pela parte mais fácil e obvia, temos que falar da parte estética da TCL P715. Com visual clean e de bordas diminutas, a TV é discreta e aproveita muito bem o espaço oferecido para ela na sua parede ou rack.
Das quatro bordas que essa TV tem, três são reduzidas, sendo apenas fora desse padrão a inferior, que acaba precisando ser mais robusta para sustentar os pés em plástico prata e o Box led, responsável por apresentar os indicadores do Google Assistente.
Já na traseira, temos a oferta de suporte à encaixe VESA 200mm, cabo para carregamento e, do lado inferior direito, botão power (que você pouco vai usar), uma chave para desativar o hands-free e o painel de conectividade.
Conectividade
Já que falamos do painel de conectividade, falemos do que ela suporta tanto fisicamente quanto por conexões sem fio.
Começando pelo que vemos, a TCL P715 inclui 1 porta HDMI 1.4A, 2 HDMI 2.0, 1 combo RCA (que exige o uso de um cabo adaptador, incluso na caixa), 2 portas USB-A, RJ45 para conexões cabeadas e uma entrada para cabo coaxial.
Quanto ao que não depende de fios, temos a oferta ao suporte de dispositivos Bluetooth (permitindo assim configurar nela controles para jogos e teclado, por exemplo), bem como o suporte a uma conexão Wi-Fi de 2.4GHz.
Com isso, temos uma TV que no geral oferece um amplo suporte a conexões, sendo bem difícil de você ficar sem conexões no seu setup. O único pecado, no entanto, que percebemos por aqui foi a ausência de uma conexão 5GHz, algo que certamente pode incomodar alguns usuários.
Tela
Como já deve ser de conhecimento, a TCL P715 traz embarcada uma tela LED 4K UHD que pode ser de 50, 55” ou 65” com proporção de 16:9 (ou seja, formato mais tradicional), taxa de atualização de 60Hz e suporte ao HDR10.
Em termos práticos, podemos dizer que ela entrega um resultado justo na reprodução de vídeos, apps e na jogatina, sendo uma boa companhia para consoles mais modernos.
Um dos destaques dignos de nota por aqui fica por conta da oferta do Upscaling, que dá a possibilidade de assistir conteúdos originalmente desenvolvidos em resoluções menores no 4K. Para testar isso, fizemos duas apostas: uma foi de reproduzir um DVD (sim, DVD) antigo do filme “Guarda-Costas” e outro, de executar um jogo de PlayStation 2 usando conexão RCA e console antigo.
Em ambos os casos, os resultados foram considerados satisfatórios, sendo o menos favorável para o jogo, tendo em vista que os gráficos da época já eram “quadradões”, o que impede que haja qualquer milagre por parte da TV.
Hardware
Uma das dúvidas que vimos aparecer durante a análise da TCL P715 foi a do hardware embarcado (algo que é em parte proporcionado pela ausência de informações completas no site da fabricante).
Com isso, tivemos que lançar mão da aposta em execução de um app de verificação (AIDA64) para confirmar o que temos dentro da TV e a resposta foi que temos um dispositivo com 4 núcleos Cortex-A55 rodando a 1,1GHz, combinado com uma GPU Arm Mali-470 MP, 2GB de RAM e 16GB de armazenamento, o que pode ser expandido via USB.
Vale aqui deixar registrado que, ao contrário dos smartphones (que temos chipsets da Qualcomm, MediaTek e Unisoc), as TVs normalmente não possuem um processador com nomenclatura específica, dependendo, portanto, da fabricante e de suas parceiras para o setup.
O que isso significa?
Saindo da sopa de letrinhas e números, podemos falar que a TCL P715 traz um hardware que é muito alinhado pra sua principal vocação, que é de ser uma smart TV e entregar a execução de apps de forma satisfatória.
No entanto, cabe a menção não tão honrosa aqui de que esse hardware não tem vocação para jogos instalados na memória, sendo no máximo possível tirar desempenho aceitável quando se opta por títulos que requerem pouco processamento gráfico, como acontece em jogos 8bit (por aqui, testamos “Dandara: Trials of Fear” e o resultado foi justo mas ao colocar o Real Racing 3, o hardware abriu o bico).
Google para todos os lados
Android TV
Um dos destaques na TCL P715 é, sem sombra de dúvidas, a oferta de integração profunda com os serviços do Google, algo que tende a favorecer o usuário em alguns aspectos.
Começando pelo sistema operacional, temos aqui a oferta do Android TV 9.0 Pie com a integração da já conhecida Play Store, o que garante suporte aos principais apps de forma simples.
Obviamente, essa aposta se mostra como mais ajustada para o usuário, tendo em vista que a utilização de um sistema próprio dificulta a chegada de apps e atualizações.
Google Assistente
Além disso, temos a inclusão da já conhecida Google Assistente que ganhou novas habilidades por aqui, graças a oferta da função hands-free (que pode ser carinhosamente chamada de “olha mãe, sem as mãos“), não exigindo o uso do controle para o acionamento, tal qual acontece por exemplo com o Nest mini e smartphones, através do comando “OK Google”.
Um ponto que vale aqui citar é que a opção de manter a TV te ouvindo o dia inteiro é opcional, podendo ser desabilitada facilmente através da chave física vista na traseira do dispositivo.
Entre as funções que são suportadas pela Google Assistente na TCL P715, temos a possibilidade de solicitar o aumento/diminuição de volume, a troca de canal (apenas para TV aberta, não sendo possível em decoders de TV por assinatura por padrão), seleção de porta (HDMI e etc) e mais.
Quanto ao reconhecimento em si, temos os mesmos padrões vistos em qualquer dispositivo com a inteligência artificial do Google: falhas no reconhecimento de voz e erros ao entender o que foi dito (ou seja, Google pagando uma de velha surda da Praça é Nossa).
Não menos importante, a TV possui uma área ideal para acionamento que consiste basicamente em falar preferencialmente de frente para a TV numa distância máxima de 10m. Isso significa que não funcionará se você falar do lado dela? Não necessariamente, mas os resultados podem ser abaixo do esperado.
Um ponto de vantagem nessa funcionalidade é que graças a ela, você pode transformar a TV na central de uma casa conectada, configurando para que outros aparelhos que funcionam com o Google Assistente possam conversar com a TV.
No entanto, cabe aqui a observação: o Google Assistente só funciona quando a TV está ligada, ou seja, não é possível por exemplo pedir para ela ligar, sendo nesse caso necessário o uso do controle remoto ou então, do já quase esquecido botão incorporado na traseira do dispositivo.
Chromecast Built-in
Outro serviço do Google visto por aqui é a oferta do Chromecast Built-in, ou seja, a TV traz integrado um dispositivo de espelhamento de telas assinado pela gigante das buscas, permitindo assim com que você projete a tela do seu smartphone, tablet ou PC diretamente na TCL P715 sem que sejam necessários acessórios adicionais.
Falando na experiência de uso propriamente dita, podemos citar aqui que a função cumpre o que promete, mas, ao menos por aqui, apresentou certa lentidão em alguns momentos, revelando que essa função vai ser mais para reproduzir algo mais simples do que jogos e outros que exigem tempo de resposta mais fiel ao do outro dispositivo.
Work with Alexa
Um outro detalhe digno de nota quando falamos da TCL P715 e de outras TVs mais recentes da fabricante é a inclusão do chamado “Work with Alexa”, o que permite incluir ela no ecossistema da Amazon e assim dar comandos através do smartphone ou itens da linha Echo.
No entanto, assim como no caso do Google Assistente, a utilização em parceria com a Alexa não permite ligar a TV por comando de voz, caindo na mesma dependência do controle ou botão físico.
Som
Um ponto que também vale a pena citar aqui quando falamos da TCL P715 é a respeito do som da TV e no geral, o resultado foi satisfatório, permitindo consumir conteúdo multimídia e jogos de forma adequada sem a necessidade de apostar em uma soundbar ou coisa que o valha.
No entanto, vale aqui a citação de que essa TV oferece suporte ao Dolby Atmos externo, ou seja, ela não traz a tecnologia embarcada, mas é capaz de se conectar com caixas de som externas que são certificadas pela Dolby com a tecnologia.
TCL Channel
Um app que chamou nossa atenção durante o uso de forma negativa foi o TCL Channel, hub que permite exibir alguns títulos em destaque de apps de parceiras como o Globoplay mas, além do catálogo, temos a exibição de anúncios tanto na tela inicial da TV quanto dentro do app, algo que consideramos excessivo e no mínimo, desnecessário.
Vale a pena?
Bom, já falamos das características e peculiaridades da TV e agora é chegada a hora de determinarmos se ela vale ou não a pena como sua próxima TV.
Como pontos que consideramos positivas, temos o design elegante e discreto, os bons resultados com upscalling, a oferta do Android TV e a tela com bons resultados no geral.
Já entre os pontos que consideramos como negativos temos o desempenho do Chromecast Built-in, a ausência de conectividade 5GHz e o os resultados inconsistentes do Google Assistente.
No meio do muro: o hardware que não entrega bom desempenho para jogos mais elaborados, mas entrega bom resultado quando se fala de desempenho para TV e apps comuns como de streaming e mais.
Considerando que atualmente essa TV é encontrada em torno dos R$ 2000 na versão mais compacta (50”), acreditamos que essa pode ser uma boa aquisição, especialmente para quem deseja iniciar a sua vida de TV inteligente, mas não deseja “gastar muito”, sendo aqui uma opinião pessoal nossa, baseado na percepção que tivemos durante o uso.
No mais, cabe a você como consumidor colocar na balança tudo que falamos por aqui e definir se ela pode ser a sua próxima TV ou se talvez seja conveniente investir um pouco mais para comprar uma QLED ou um modelo mais avançado.
E aí, qual a sua opinião a respeito? Conta pra gente nos comentários!