O Samsung Galaxy J2 foi lançado no mercado brasileiro no final do ano passado pela sul-coreana com uma missão um tanto quanto complicada: ser concorrente direto num segmento do qual existem hoje consolidados como MotoG e Redmi 2.
Com hardware equivalente à seus concorrentes, ele aposta, no entanto em um processador proprietário da Samsung, o Exynos 3475.
Unboxing e primeiras impressões:
A caixa do Galaxy J2 traz um kit que pode ser considerado completo. O destaque fica pela curiosa opção da Samsung em colocar nela um cabo USB e um carregador completo. Sim, ao contrário do que constantemente é visto no mercado, o Samsung Galaxy J2 não conta com o carregador em duas partes, mas sim, um equipamento único. O lado alívio ficou por conta da Samsung não optar por não enviar também um cabo USB, como feito pela Microsoft (Ufa!).
O Samsung Galaxy J2 conta com uma tela SuperAmoled de 4.7″ qHD e a cara padrão do que já conhecemos na Samsung: Um botão home físico e dois botões capacitivos de cada lado. Concluem em sua frente uma câmera de 2MP com abertura de f/2.2 e os sensores.
Nas suas laterais, encontramos os botões de volume à esquerda e do lado direito, o botão power.
Embaixo, é possível encontrar o MicroUSB e um dos microfones e em cima, a entrada para fone de ouvido e outro microfone, para cancelamento de ruídos.
Na parte traseira, encontramos em conjunto com a flexível capa plástica que imita couro, uma câmera de 5MP, flash monotone e uma saída para som.
Sob a capa, encontramos uma bateria de 2.000 mAh, duas entradas para cartão MicroSIM 4G e para MicroSD, que suporta até 128GB.
Review
Hardware
Como dito, aqui, não vemos nada muito inovador ou criativo. A Samsung apostou na receita já consolidada no mercado para o Galaxy J2. Um processador Exynos 3475 (Quad-Core de 1.3GHz) e 1GB de RAM. A GPU é a idosa Mali-T720 lançada em outubro de 2013.
O armazenamento do Galaxy J2 é de míseros 8GB, sem considerar os arquivos de sistema. Quando vamos falar de armazenamento para o usuário, o número cai para aproximadamente 4.5GB disponíveis, o que não dá pra quase nada, hoje em dia. Com isso, é mais do que necessário, na grande maioria dos usuários de pelo menos um MicroSD para complementar o aparelho (que deverá ser adquirido separadamente).
A tela é uma SuperAMOLED qHD de 4.7″ com densidade de 234 ppi. O valor é baixo, em comparação aos seus concorrentes diretos, como pode-se ver no gráfico abaixo:
[infogram id=”9e0b44ec-18b3-43ab-839c-9de048a11c91″ prefix=”J2N”]Software
O Samsung Galaxy J2 vem com o Android Lollipop, na versão 5.1.1, sem confirmação oficial a respeito da atualização para o Marshmallow, muito menos, para o futuro Android N. A versão embarcada traz a já conhecida TouchWiz. Apesar do sistema alterado, o aparelho atende de forma satisfatória, não deixando na mão na maioria das situações e trazendo vantagens em comparação ao sistema puro como alguns tweaks especialmente em bateria e câmera.
Desempenho
Como dito acima, o Samsung Galaxy J2 não decepciona em grande parte das situações. O sistema é fluido e não tivemos grandes problemas quando usamos ele como um smartphone comum (para navegação, redes sociais e afins). No entanto, o conjunto abre o bico quando falamos em mais demanda de desempenho.
Para os amantes de benchmarks, o aparelho faz 24,750 pontos no AnTuTu, ou seja, segue de perto seus concorrentes diretos nesse sentido. Porém, como já é dito por nós, olhar cruamente para números é cair no maior erro que se pode haver: desconsiderar todas as variantes que o aparelho pode ter.
Um grande exemplo disso é a nítida incapacidade de rodar jogos mais pesados como o Asphalt 8 ou Real Racing 3. Foram percebidos pequenos lags, especialmente na transição de imagens, o que pode irritar em caso de jogadores mais exigentes. Para se ter uma noção, não é difícil você perceber que o aparelho fará a gestão do desempenho em alguns momentos, fechando aplicativos em segundo plano. O nítido exemplo disso é o launcher precisando carregar novamente ao sair do jogo. Não é algo que aconteça sempre mas acontece.
Bateria
Todo ônus tem também o seu bônus. Se por um lado, o aparelho não se garante quando demandado fortemente, por outro lado, se apresenta como uma excelente alternativa quando se precisa de um aparelho que aguente o dia todo sem olhar para a cara do carregador.
Em testes realizados com o GeekBenchmark (que tem como padrão o brilho em 50%, conexão direto no 4G e tela full-time ligada), conseguimos ter a marca de aproximadamente 10 horas de bateria. Um numero satisfatório e que provavelmente, atenderá boa parte dos usuários.
Multimídia
Se por um lado, o armazenamento é bizarramente pequeno e impeditivo para que sejam colocadas músicas e vídeos (sem considerar, obviamente o armazenamento externo), ter opções extras acaba sendo uma vantagem, especialmente na hora do tédio ou no deslocamento casa-trabalho (ou qualquer outro do gênero). Nesse sentido, o aparelho tem incorporado o moderníssimo e inovador Rádio FM e TV Digital.
No mais, segue-se o padrão já visto na plataforma Android: Suporte à áudio e vídeo.
Falando do que acompanha o aparelho (caixa de som embutida e fone de ouvido), nada de muito caro ou que se destaque. O Galaxy J2 é acompanhado por um fone de ouvido clássico (aquele que alguns amam, outros odeiam, não sendo o intraarticular da marca) e uma miséria saída de som na parte traseira do aparelho. Isso significa, por exemplo, que assistir algo com o aparelho apoiado em alguma superfície pode se transformar em uma péssima experiência (porque não na frente, Samsung?).
Câmeras
Inegavelmente, a Samsung acertou a mão no software de captura de imagens. É já sabido que a TouchWiz traz boas otimizações quando comparamos ao sistema cru embarcado no Android. No entanto, aparelhos como o Galaxy J2 normalmente apresentam apenas o básico ao se abrir o aplicativo de câmera, como o modo panorama e o modo automático.
No entanto, o Galaxy J2 se destaca, apresentando boas funções, como o modo “Pro”, que só é visto em modelos mais caros. Obviamente, as opções deste modo são mais básicas, mas ajudam bastante em alguns momentos.
Falando da captura em si, a câmera não deixou na mão, mesmo em condições adversas como fotos noturnas. Os resultados foram aceitáveis e até surpreendente.
As fotos capturadas com o aparelho podem ser vistas em nosso Flickr, clicando na foto abaixo (por algum motivo, essa rede social fofa resolveu parar de liberar como galeria e como queremos mostrar as fotos do jeito que sai do aparelho, não temos muito pra onde fugir.)
Veredicto
O Galaxy J2 foi é uma boa opção pra quem busca um aparelho não muito grande, TV Digital, uma câmera que no geral, não decepciona e que não dependa de ficar procurando uma tomada para sobreviver à um dia de trabalho. No entanto, o desempenho sofreu quando mais demandado (em jogos mais exigentes, para ser mais exato), muito provavelmente, devido à sua GPU que já se desloca usando um andador, de tão velha.
Outro pecado é o seu armazenamento. Apesar do suporte à microSDs, os míseros 4.5GB internos são no mínimo uma piada de mal gosto, levando em consideração a necessidade crescente de espaço para aplicativos cada vez mais gulosos como Facebook e Whatsapp.
O resumo: Um bom aparelho pra quem quer o básico e não se importa com jogos pesados. Se você não é esse usuário, passe para o próximo aparelho da prateleira.