Samsung aposta no Galaxy Tab E como novo tablet de entrada, prometendo bom desempenho e custo x benefício. Será que ela conseguiu? Confira nossa análise!
A Apple trouxe em 2015 o iPad Air, uma versão mais básica do seu carro chefe, o iPad Pro, com a proposta de ser um tablet mais acessível a quem deseja ter uma experiência satisfatória na hora de navegar na web e de aproveitar os aplicativos. Seguindo essa mesma linha de pensamento, a Samsung traz mais duas versões de tablets: Galaxy Tab E e Galaxy Tab A, ambas versões mais simples do Galaxy Tab S2.
Hoje, falaremos sobre o Galaxy Tab E, que chegou ao Brasil no segundo semestre de 2015 trazendo a proposta de ter um bom desempenho e praticidade por um preço baixo. Será que a Samsung conseguiu atingir seu objetivo, fazendo valer a pena investir no Galaxy Tab E? É o que vamos analisar agora!
Versões
O Galaxy Tab E conta com duas versões, Wi-fi (T560) e 3G (T561). Obviamente, a diferença entre ambas é que a T561 traz o suporte, além de Wi-Fi, a conexão por 3G (por que não 4G, Samsung?), utilizando para isso um Micro SIM.
Nos demais aspectos, ambas as versões contam com tela de 9.6” e especificações idênticas.
Design
Inicialmente, a Samsung anunciou o Galaxy Tab E em três cores: preto, branco e marrom, porém, infelizmente, a sul coreana não nos deixou ter o gostinho de ter o dispositivo nas lojas brasileiras nessa última cor.
Ao olhar para o tablet, a primeira impressão que é transmitida é a de robustez e elegância. O dispositivo traz a parte frontal inteira de vidro, com sua logo na parte superior e com os tradicionais botões da Samsung na parte inferior. Botões esse que defendo a ideia de serem físicos e capacitivos fora da tela, afinal, estamos falando de um tablet e não seria nada bacana ter uma barra enorme tomando espaço apenas trazendo três botões virtuais, certo?
De resto, o Galaxy Tab E é inteiro feito de plástico, porém não se engane, tendo a parte de trás texturizada e muito bem acabada, não passando a sensação de ser um produto “barato”. A textura utilizada pela Samsung proporciona mais firmeza ao segurar o tablet e não deixa marcas de dedo.
Na parte traseira temos o auto-falante e a câmera. Falando em câmera e design, Samsung, o que é essa verruga? O fato da lente da câmera ser saltada assusta, pois entra em contato direto com a superfície, fazendo ser necessário uma capa protetora.
Nas laterais, temos na esquerda a entrada para cartão micro SD e, no caso da versão 3G T561, entrada para Micro SIM.
Já na parte superior, temos a entrada para fones de ouvido e para micro USB. Não, você não leu errado, a Samsung finalmente fez um tablet sem uma entrada exclusiva. As vantagens disso? Podemos encontrar conectar facilmente teclados, mouses ou pendrives através de um adaptador USB OTG, facilmente encontrados no mercado.
Dimensões e peso
Atualmente, algo muito importante em tablets são suas dimensões e seu peso. O Galaxy Tab E pesa 490g na versão Wi-Fi (T560), e 495g na versão 3G (T561), valores satisfatórios para a categoria e sua proposta, que não incomoda em momento algum.
Já em relação as suas dimensões, o dispositivo não chega a ser um dos mais finos do mercado, mas traz um valor aceitável de 8.5 milímetros de espessura. Suas dimensões são de 241.9 x 149.5 mm, e sua tela toma 73.9% da parte frontal.
Achamos boas dimensões, sendo bem compacto e acomodando muito bem sua tela grande de 9.6 polegadas, no qual falaremos mais logo abaixo.
Tela
A Samsung trouxe uma tela LCD TFT de 9.6 polegadas com resolução de 1280×800 com densidade de 157 ppi.
Deixando os números de lado e partindo para a prática, a tela do Galaxy Tab E é satisfatória em todos os sentidos: definição, brilho, ângulo de visão, visibilidade na luz do sol e cores. Olhando de perto você enxerga os pixels e percebe que a definição passa longe das famosas telas super AMOLED dos carros chefe da sul coreana, o que é compreensível se tratando de um modelo mais simples.
Um problema que a tela traz é o seu vidro. Ele parece riscar muito facilmente e não conta com nenhuma proteção Gorilla Glass ou algo do tipo. Logicamente não passamos uma faca ali para ver o que acontecia, porém conhecemos o material e sabemos que uma película é essencial nesse dispositivo. Vale um conselho: Uma película de vidro temperado dá uma outra cara a tela, recomendo.
Se você não busca excelência na tela, e deseja apenas algo bonito para o dia a dia, ela não vai ser um problema para você.
Desempenho
O Galaxy Tab E traz 1.5 Gb de RAM e um processador quad-core de 1.3 GHz. Confesso que quando vi as especificações a primeira coisa que pensei foi que ele teria uma certa lentidão em tarefas mais pesadas, porém, após configurar o tablet, instalar os aplicativos, configura-los e começar a usar, não me deparei com nenhum travamento ou lentidão aparente.
O dispositivo também surpreende nos jogos, conseguindo rodar Asphalt 8, Modern Combat 5 e Real Racing 3 sem travamentos e com bons gráficos.
Testamos o dispositivo no AuTuTu Benchmark, e o que conseguimos em média foram 20 mil pontos. Um número relativamente baixo hoje em dia, mas como disse, na prática o dispositivo se saiu bem e tem outro detalhe: Já faz um tempo que aplicativos de benchmark não estão valendo muita coisa, pois não acabam analisando o conjunto como um todo.
Esse dispositivo se torna eficiente devido por um motivo simples: Sua tela. Como já dissemos, sua resolução é de 1280×800, um número relativamente baixo hoje em dia, mas que consome muito menos recurso do processamento e da bateria do que uma tela Full HD. Isso acaba deixando mais recursos de processamento para sistema e aplicativos.
Dessa forma, se você busca um desempenho poderoso e nível de top de linha, pode parar agora mesmo e procurar um outro modelo, porém, se o que deseja é um bom desempenho para atividades do cotidiano, como navegação na web, uso de redes sociais, aplicativos da suíte Microsoft Office, gerenciar e-mails e rodar alguns jogos mais pesados, o Galaxy Tab E consegue dar conta do recado.
Já em relação ao armazenamento, ele traz apenas 8 GB de memória interna, mas com expansão via cartão micro SD até 128 GB. Com isso, a Samsung nos obriga a manusear com cuidado os arquivos, deixando documentos, músicas e vídeos no cartão micro SD e assim deixando livre os 8 GB apenas para aplicativos e sistema.
Sistema
A Samsung trouxe para o Galaxy Tab E o sistema Android Kit Kat na versão 4.4.4 acompanhada da sua interface TouchWiz.
O que podemos dizer? Que isso é decepcionante! Um dispositivo lançado em 2015, com o Android Lollipop já estabilizado no mercado e com Marshmallow chegando (na época do lançamento), trazer o KitKat? A sul coreana pisou na bola.
Desabafos a parte, o sistema é consistente e roda de maneira fluída, todas as opções são executadas de maneira rápida e os com alguns recursos que chamaram a atenção:
- Modo infantil: Uma nova interface onde você pode filtrar os apps que uma criança acessaria suando o tablet;
- Multi-janela: Opção de dividir a tela e usar dois aplicativos ao mesmo tempo. É bem intuitivo e funciona bem;
- Ultra economia de bateria: Creio que seja o recurso mais interessante, quando ativado você tem acesso ao sistema simplificado em preto e branco, com acesso a alguns apps. Simplesmente isso, só isso. Logicamente, por não ter que carregar a interface do sistema, economiza muita bateria e deixa aquela último suspiro bem mais longo. também fez bem em relação aos aplicativos pré-instalados, já que trouxe apenas alguns aplicativos padrões Samsung (Galaxy Apps, S Planner), alguns aplicativos Google e três aplicativos Microsoft (Skype, OneNote e Onedrive).
Apesar do número pequeno, entristece o fato de que apenas podemos desativar os aplicativos, e não desinstala-los, mas convenhamos, se tratando de Samsung e apps pré instalados, ter um número pequeno já é um belo de um avanço, não é mesmo?
Já em relação ao design da interface, é fraca e um pouco desatualizada, como podemos ver nas imagens abaixo:
Esperamos que a Samsung um dia disponibilize uma atualização para, no mínimo, a versão 5.0 do Android Lollipop. Até o momento, nada foi declarado pela sul coreana.
Bateria
Trazendo uma bateria não removível de 5000 mAh e com o modo Ultra Economia de Bateria a Samsung consegue trazer um bom desempenho em relação a energia.
Conseguimos configurar o tablet, instalar todos os apps que usaríamos e configurá-los gastando apenas 14% da bateria com brilho da tela em 100% e Wi-fi ligado. Continuamos utilizando o tablet e vimos que ele consegue proporcionar cerca de 6 horas de uso contínuo envolvendo navegação e utilização de alguns apps. Já jogando, não passa de 3 horas e meia para esgotar a bateria por completo. São números razoáveis, porém que são muito ampliados deixando o brilho da tela em 50%, 60%.
Em um uso normal, utilizando quando precisa sem se preocupar muito em economizar, a bateria dura um dia todo tranquilamente.
Já em relação ao tempo de carregamento, ele levou cerca de 3 horas e meia para carregar por completo.
Vendo seus concorrentes e a tendência do mercado, no geral, achamos um bom resultado.
Câmeras
A câmera traseira do Galaxy Tab E é simples, com 5 MP, foco automático com gravação e até 720p a 30fps. A sua qualidade é satisfatória, conseguindo ser aquele bom “quebra galho”. Suas configurações e recursos são bacanas, podendo mudar manualmente aspectos interessantes da câmera e tirar fotos no modo panorâmico.
Confira algumas imagens fotografadas com o dispositivo:
Já a câmera frontal é bem fraca, com apenas 2 MP, porém foi interessante a Samsung trazer o recurso em um aparelho dessa faixa de preço, pois pode proporcionar ao menos uma solução razoável para vídeo conferências.
Áudio
O autofalante mono do Galaxy Tab E está presente na parte traseira, dessa forma, com ele apoiado em uma mesa o som fica abafado. No entanto, apesar da posição não ter sido a mais adequada, o som é alto, sem distorção e claro.
Já em relação aos fones de ouvido, a Samsung traz o modelo básico. Sua qualidade é boa e consegue proporcionar o que precisa para um usuário não exigente nesse quesito.
Afinal, vale a pena investir no Galaxy Tab E?
O Galaxy Tab E é um tablet robusto e atraente, tem como pontos positivos seu desempenho para a faixa de preço, sua bateria que dura um dia todo, a expansão para cartão Micro SD, seu design e suas dimensões.
Já como pontos negativos, coloco o fato do sistema ainda ser o Android KitKat, a definição razoável da tela, as simples câmeras, não ser 4G na versão 3G T561, a memória interna de apenas 8 GB e a posição do auto falante, que poderia ser frontal.
Porém, a existência desses pontos negativos é o que faz ele ser um dispositivo de até mil reais. A Samsung soube escolher bem os pontos positivos que ele tem, sendo o único erro extremamente grave, o fato de trazer uma versão desatualizada do Android. Apesar de não prejudicar as tarefas que podem ser executadas, trazer um sistema atualizado é mais seguro e, de certa forma, obrigatório no mercado atual.
Concluindo: para quem procura um tablet de até R$ 1.000,00 para navegar na web, instalar os mais diversos apps e rodar jogos com uma boa qualidade, o Galaxy Tab E é a uma das melhores opções do mercado nessa faixa de preço.
No entanto, se o que busca são especificações robustas, sistema atualizado, tela de excelente qualidade, design premium e pode desembolsar mais que mil reais em um tablet, o Galaxy Tab E definitivamente não é uma boa escolha.
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E você, o que achou do Galaxy Tab E? Vale a pena? Compraria? Comente!