O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, pela primeira vez, dados detalhados sobre os sobrenomes mais frequentes na população brasileira, com base nas informações coletadas pelo Censo Demográfico 2022. O levantamento também atualiza o panorama dos nomes próprios mais comuns no país, revelando tendências e permanências na identidade dos brasileiros
Os resultados confirmam expectativas históricas: “Silva” é o sobrenome mais comum, registrado para 34.030.104 pessoas, o que representa 17% da população nacional. Em segundo lugar, “Santos” aparece com 21.367.475 registros (10,5%). No campo dos nomes próprios, a predominância segue com “Maria”, totalizando 12.224.470 mulheres, e “Jose”, com 5.141.822 homens.
Para permitir a exploração completa desses dados, o IBGE disponibilizou uma ferramenta online em seu portal. Nela, qualquer cidadão pode consultar a frequência de um nome ou sobrenome específico. A plataforma oferece filtros que permitem visualizar a distribuição dos nomes em âmbito nacional (Brasil), ou segmentar por estados e municípios, oferecendo um retrato detalhado das variações regionais.
Os rankings apresentados na plataforma, incluindo os 10 mais populares destacados na pesquisa inicial, referem-se ao agregado total para o Brasil. A análise desses dados permite entender não apenas a popularidade, mas também a vasta diversidade de nomes presentes no território nacional, que somam 128.125 nomes próprios distintos identificados pelo Censo.
Silva lidera: o ranking dos 10 sobrenomes mais comuns
A divulgação inédita dos sobrenomes pelo IBGE oferece uma visão clara da formação da identidade populacional brasileira. O sobrenome “Silva” não apenas lidera, mas o faz com uma margem expressiva, superando o segundo colocado, “Santos”, em mais de 12,6 milhões de registros.
A lista dos 10 sobrenomes mais frequentes no Brasil, segundo o Censo 2022, é composta majoritariamente por nomes de origem portuguesa, refletindo o processo de colonização do país. A terceira posição é ocupada por “Oliveira”, com 11.708.947 pessoas, seguido por “Souza”, com 9.197.158.
Abaixo, a lista completa dos 10 sobrenomes mais populares e o número de pessoas registradas:
- Silva: 34.030.104
- Santos: 21.367.475
- Oliveira: 11.708.947
- Souza: 9.197.158
- Pereira: 6.888.212
- Ferreira: 6.226.228
- Lima: 6.094.630
- Alves: 5.756.825
- Rodrigues: 5.428.540
- Costa: 4.861.083
A soma apenas desses dez sobrenomes ultrapassa 105 milhões de pessoas, demonstrando uma concentração significativa em um conjunto restrito de nomes de família no universo populacional brasileiro.
Maria e Jose seguem como os nomes próprios favoritos
No que diz respeito aos nomes próprios, o Censo 2022 reafirma a popularidade de “Maria” e “Jose”. “Maria” lidera com 12.224.470 registros, um número que é mais do que o dobro do segundo nome masculino mais popular, “Jose” (5.141.822), e mais de três vezes superior ao segundo nome feminino mais popular, “Ana” (3.929.951).
Entre os homens, “Jose” mantém a primeira posição, seguido por “Joao”, com 3.410.873 registros, e “Antonio”, com 2.231.019. É notável a presença de nomes tradicionais e de origem bíblica nas primeiras posições de ambos os rankings.
Ranking dos 10 nomes femininos mais populares:
- Maria: 12.224.470
- Ana: 3.929.951
- Francisca: 661.582
- Júlia: 646.239
- Antonia: 552.951
- Juliana: 536.687
- Adriana: 533.801
- Fernanda: 520.705
- Marcia: 520.013
- Patricia: 499.140
Ranking dos 10 nomes masculinos mais populares:
- Jose: 5.141.822
- Joao: 3.410.873
- Antonio: 2.231.019
- Francisco: 1.659.196
- Pedro: 1.613.671
- Carlos: 1.498.116
- Lucas: 1.332.182
- Luiz: 1.328.252
- Paulo: 1.326.222
- Gabriel: 1.201.030
Observa-se uma diferença acentuada nos números. Enquanto “Maria” e “Ana” (femininos) e “Jose” e “Joao” (masculinos) ultrapassam a marca de 3 milhões, os demais nomes do top 10 situam-se em faixas numericamente inferiores, especialmente no ranking feminino, onde da 3ª à 10ª posição os números variam entre 661 mil e 499 mil. No ranking masculino, a distribuição é mais escalonada após os quatro primeiros.
A diversidade e o sigilo na “cauda longa” dos nomes
Embora os rankings superiores mostrem grande concentração, os dados do IBGE também apontam para uma vasta diversidade. O Censo 2022 identificou um total de 128.125 nomes próprios diferentes na população brasileira.
Na outra extremidade da popularidade, o levantamento identificou 4.309 nomes distintos que são utilizados por exatamente 20 pessoas cada. Estes estão entre os nomes menos comuns dos 124 mil divulgados pelo instituto.
O IBGE explicou que nomes com frequência inferior a 20 pessoas em nível nacional não são divulgados individualmente na plataforma de consulta. Essa medida visa garantir o sigilo estatístico e a privacidade dos indivíduos, impedindo a identificação de pessoas em recortes geográficos menores, como municípios pequenos. A ferramenta online, portanto, agrupa esses nomes menos frequentes ou omite resultados que possam comprometer a confidencialidade.
Fonte: IBGE







